"Governança Corporativa é o sistema pelo qual as organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre proprietários, Conselho de Administração, Diretoria e órgãos de controle. As boas práticas de Governança Corporativa convertem princípios em recomendações objetivas, alinhando interesses com a finalidade de preservar e otimizar o valor da organização, facilitando seu acesso a recursos e contribuindo para sua longevidade." Código das Melhores Práticas de Governança Corporativa do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa
Desta definição, podemos entender que Governança Corporativa constitui-se, principalmente, do conjunto de normas e preceitos que norteiam a administração de uma organização. Esses preceitos são definidos geralmente conciliando os anseios e objetivos das chamadas 'partes interessadas'.
Princípios da Governança Corporativa
Seus princípios são, segundo o IBGC, os seguintes:
Transparência: compartilhar as informações sobre a gestão, os investimentos e resultados da organização, visando aumentar a confiança das partes interessadas na administração vigente.
Equidade: trato de todos os acionistas, conselheiros e etc. de forma justa, sem privilégios.
Prestação de Contas: os agentes de governança devem assumir as consequências de seus atos.
Responsabilidade Corporativa: os agentes devem zelar pela sustentabilidade e longevidade da organização.
Agentes da Governança
Os agentes da governança variam de uma organização para outra, de acordo com o tipo de organização de que estamos falando. Poderia ser uma reunião de sócios numa sociedade limitada, ou uma assembléia geral numa organização não governamental, e assim por diante. Além destes, atuam também os diretores, administradores e gestores, entre outros.
Em Resumo...
A Governança Corporativa é um conceito muito amplo, e deve abranger, numa empresa, detalhes como a composição de um conselho, os mandatos de seus diretores, os critérios para suas escolhas, e modelos de gestão nas diversas áreas, de modo a nortear os administradores nas atividades do dia-a-dia, dando constância, uniformidade e continuidade na gestão da organização.
Exemplos
Existem diversos códigos de governança documentados, como, por exemplo, o German Corporate Governance Code, da Government Comission, que visa padronizar boas práticas de governança a serem adotadas nos estatutos das empresas de capital aberto alemãs, de modo a obter mais transparência e atrair investidores ao redor do mundo para o mercado alemão.
A empresa Pepsico Inc, por sua vez, desenvolveu seu próprio documento, intitulado Corporate Governance Guidelines, que visam "auxiliar o Conselho e os Comitês no desempenho de suas atribuições". A Starbucks, a Gerdau, o Banco Itau, entre outras empresas conhecidas também adotam algum tipo de política de Governança Corporativa, visando garantir os interesses de longo prazo da organização.
Governanca de TI
O viés da governança corporativa que nos interessa diretamente é, por motivos óbvios a Governança de TI. Como todas as atividades de uma organização, ela é diretamente afetada pela Governança Corporativa, e, devido à sua abrangência e importância para o desempenho das atividades, merece atenção especial, e, em muitos casos, tem também suas normas documentadas.
O principal objetivo da Governança de TI é alinhar as atividades do setor de TI com as estratégias e objetivos da organização como um todo. É muito fácil confundir Governança de TI com Gestão de TI, porém, são coisas bem distintas. Enquanto a Gestão de TI se preocupa em regular a utilização dos recursos de TI da organização, a Governança se preocupa em determinar quais os objetivos a serem alcançados e premissas a serem seguidas na gestão dos recursos de TI da organização.
Framework
Um dos modelos mais famosos de Governança de TI em voga no mercado hoje é o Cobit(Control Objectives for Information and related Technologies), da ISACA. Esse Framework se proclama um "mapa para a boa governança de TI." Algumas vantagens aferidas por ele são:
- Ferramentas mais eficientes para que a TI ajude a alcançar os objetivos institucionais;
- Informações mais oportunas e confiáveis da TI;
- Gerenciamento mais eficiente dos riscos relacionados ao emprego da TI;
- Entre outros.
Conclusão
Com o grande aumento da importância da Tecnologia da Informação nos negócios, a Governança de TI começa a se tornar uma peça chave nesse contexto, de modo a tornar o emprego da Tecnologia da Informação uma parte integrada aos planejamentos e objetivos da instituição. Cada vez mais empresas necessitam de profissionais capacitados e certificados com os diversos frameworks e modelos de Governança de TI. E esse número tende apenas a aumentar com o passar dos anos.
Fontes:
Site do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (acessado em 11/08/2014);
German Corporate Government Code, Government Comission, 2013;
Pepsico Inc. Corporate Government Guidelines, de 21 de Novembro de 2013;
Site da ISACA (acessado em 11/08/2014);
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